Os países do Mercosul e da União Europeia formarão uma das maiores áreas de livre comércio do planeta a partir do acordo anunciado no dia 28 de junho, em Bruxelas. As informações são da Agência Brasil. Os dois blocos representam cerca de 25% da economia mundial e um mercado de 780 milhões de pessoas. Quando se considera o número de países envolvidos e a extensão territorial, o acordo só perde para o Tratado Continental Africano de Livre Comércio, que envolve 44 países da África e foi assinado em março de 2019. Para a sócia fundadora da Ativo Soluções em Comércio Exterior, Samanta de Souza Brito, o momento é “histórico para o Comércio Exterior e também para a economia brasileira”.

“Este acordo está sendo negociado desde 1999 e é de grande importância para a economia dos dois blocos, já que vai derrubar barreiras e desonerar impostos em mais de 4 bilhões de Euros”, observa Samanta. 

O acordo eliminará tarifas de importação para mais de 90% dos produtos comercializados entre os blocos. Para os produtos que não terão as tarifas eliminadas, serão aplicadas cotas preferenciais de importação com tarifas reduzidas. O processo de eliminação de tarifas varia de acordo com cada produto. Para a CNI (Confederação Nacional da Indústria), o acordo reduz, por exemplo, de 17% para zero as tarifas de produtos brasileiros como calçados e aumenta a competitividade de bens industriais dos seguintes setores:

 

– têxtil

– químico

– autopeças

– madeireiro

– aeronáutico, entre outros.

 

Um estudo da confederação aponta que, dos 1.101 produtos que o Brasil tem condições de exportar para a União Europeia, 68% enfrentam tarifas de importação. Com a abertura do mercado europeu para produtos agropecuários brasileiros, que são altamente competitivos, mais investimentos devem ser aplicados na própria indústria nacional, já que dados do setor mostram que o agronegócio consome R$ 300 milhões em bens industrializados no Brasil para cada R$ 1 bilhão exportado.